Coordenador do CETRO destacou parceria com o laboratório para realização de exames de compatibilidade e enfatizou que o Nativida pode ser parceiro dos estados vizinhos
O I Encontro Regional Norte de Centrais Estaduais de Transplantes reuniu nesta sexta feira (4) profissionais renomados dos estados do Norte do Brasil para debater a realidade das Centrais de Transplantes e também a formulação de uma ‘Carta de Rondônia’ que irá propor métodos que visam contribuir para a melhoria do serviço na região. Hoje o estado de Rondônia assim como o Acre, Amapá e Roraima não faz transplantes de órgãos e tecidos. De acordo com Alessandro Prudente, coordenador do CETRO (Central de Estadual de Transplantes de Rondônia), a falta de equipamentos e capacitação dos profissionais são os maiores obstáculos para a ativação do serviço no Estado. Os representantes dos demais estados apresentaram problemática parecida com a de Rondônia.
Segundo Alessandro Prudente Rondônia o CETRO já superou muitas dificuldades. Um exemplo citado pelo coordenador da Central de Transplantes é a realização da capitação de órgãos de pacientes com morte encefálica. No momento só é realizada a capitação de rins, pois devido à localização geográfica de Rondônia leva-se muito tempo para enviar os demais órgãos em tempo hábil para realização do transplante para os estados que realizam o serviço. “De oito pacientes com morte encefálica confirmada, conseguimos autorização familiar de seis, o que representa um dado positivo. Apenas dois pacientes tiveram a opção de doação recusada pelos familiares. Hoje seis pacientes que precisavam de transplante de rins foram beneficiados o trabalho realizado pelo CETRO”, disse.
O coordenador do CETRO destacou ainda a parceria feita com o Nativida/HLA, que realiza os exames de diagnóstico de compatibilidade de doares e receptores. Hoje o laboratório faz os exames de Tipagem de Rim II em doador vivo ou com morte encefálica, assim como a compatibilidade de doadores aparentados de medula óssea. A gama de serviços ofertados vai além do que é realizado hoje.
De acordo com a Drª Georgia Marcusso, Diretora Técnica do Laboratório de Histocompatibilidade e Imunogenética do Nativida, assim que o estado estiver em condições de realizar transplantes de órgãos e tecidos o laboratório poderá atuar com sua capacidade máxima executando todos os serviços disponíveis. “Nós já realizamos 800 exames de doadores voluntários de medula óssea. Os resultados destes exames foram incluídos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), ampliando a participação da Região Norte no Cadastro Nacional”, disse.
O primeiro dia do evento contou também com a participação do médico Héder Murari Borba, representante do Sistema Nacional de Transplantes. Murari destacou que o Ministério da Saúde destinará verba de 270 milhões para que os estados possam de fato implantar o serviço de transplantes. Outro ponto destacado foi à reestruturação do financiamento de transplantes. “Será feito um reajuste com aumento de quase 90% para estimular a iniciativa privada a realizar este serviço com cobertura pelo SUS. A previsão é de que até o final do atual governo todos os estados brasileiros estejam realizando transplantes de rins, o que representa uma economia de 3 bilhões de reais que são destinados a custo de hemodiálise”, falou.
A programação do evento continua neste sábado com início das atividades ás 8h30 e com encerramento previsto para as 18h. Serão realizadas conferências, oficinas e palestras sobre processo de doação, diagnóstico de pacientes, exames, entre outros.
Fonte: Nativida
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